Assim como tudo e mais ainda sobre tons de pálpebras, nada sei, nada quero dizer em especial, não sei se faço poesia ou falácia, só sei, eu, que despejo tudo nessas palavras, sem restrições de tempo, hora e momento. Há em mim alguém o qual desconheço, esse deve ser um tanto poeta de gaveta, um tanto filósofo de esquina. Ah! e de calçadas também. Entrego-me ao meu avesso!
Thursday, June 20, 2013
Ipê Amarelo
Andava continuamente sobre aquela rua, todos os dias, às vezes em tardes vazias, pisando sobre as folhas em migalhas, todas no chão, já esmaecidas pelo tempo.
Algo lhe impulsionava, tinha de ir além, mesmo que sem destino, afinal, destinos são promessas?
Ao cruzar com a garota com flores nas mãos, sentia no peito algo há tempos adormecido, acometido por pensamentos e canções, daquelas que partem o peito, via as flores e tinha visões, redenção, desejo, paixão...
A rua guardava em si toda magia, agora em deslumbre na estação de outono, não necessitavam palavras, seria um infortúnio diante de tanto encanto.
Pela manhã o tom era rubro, o sol ainda vagava dentre as nuvens, escondido, como ele, em frente à aparência lívida, inebriante, dessa que pousa e tece seus sonhos em madrugadas de insônia, sim a garota das flores...
Rosas cor de sangue, quem seria a pessoa a presentear todos os dias?
Carregava em si uma face inquieta, dessas que se mostram em corações partidos, mãos tremulas, suspirante...
Mesmo em dias de tempestade, seguia o caminho com fé, além de seu pisar cotidiano, tudo era insípido, fugaz, nada se compara à visão plácida e tentadora dessa que o deixava atônito.
Desviam-se olhares, sutis, sentia no âmago o doce momento da reciprocidade, eram segundos, como uma vida em contemplação, queria desse momento à eternidade adormecida, sem prantos, sem medos, amor em vida...
Procurando palavras nunca ditas, transbordava em si algo ardente, sentia-se tomado pela embriagueis da ternura, tocar-te, não mais apenas em sonhos...
Brandas manhãs, a fragrância sutil sobre dias lilases, a visão diária do Ipê Amarelo o impulsionava ao ventre dos sentimentos, tomado pela garota das rosas vermelhas, em dias de chuva intensa, vestia-se com a cor negra, denunciava a lembrança sentida...
Ah! Quem dera, que fosse por ti, das lagrimas que escorrem em dias úmidos, desejo, entrega, por onde caminhar?
No transpor dos dias, já tomado pela embriagueis matinal dessa visão cintilante, contrastes, face alva, as rosas vermelhas, seguia o mesmo caminho tracejado, levava consigo todo seu amor.
Persistência.
Como se fosse um selo carimbado, não havia fuga para tais dias...
Bastava segui-la, como se fosse combinado, no embalo dos sonhos...
Na lápide da paixão alucinante, a imagem da garota das rosas cor de sangue, queira DEUS que conceda a ti o brilho daqueles olhos azuis, sedentos.
Mais uma vez coberta de rosas vermelhas, debaixo do Ipê amarelo, dentre a sombra daquela manhã abençoada, certa, e tão esperada...
Ele.
Sunday, June 09, 2013
Lábios
Palavras de neve noturna, esvaindo-se inconscientemente pela fresta dos meus lábios.
Hoje mais que ontem.
E se fosse dia?
Ele.
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