Pensar sobre as
inconstâncias que nos cercam, os próprios escombros ainda escondidos, obscurantismos renascidos, sobre a
necessidade latente da desculpa e do perdão, além de erros apressados de
revolta, talvez seja uma das tarefas mais difíceis dessa vida.
O
arrependimento em si só não basta, é preciso força e ação em potencializar o
que há de mais puro em si, o amor à si próprio, mesmo sentindo na pele como poderá ser doloroso saber que se
usará tudo o que sabe-se sobre ti como arma para o ressentimento, se assim for, terás a
certeza que nunca foi amor...
Se ainda
cativas ódio, repulsa em ti, não tens tomado consciência que deves ser paz em
sua plenitude...
Se assim ainda o faz, isso o tornará tão impuro quanto seu algoz.
Quando
incorporo o que não quero em mim; minha culpa, só minha. O
início da mudança é o reconhecimento da própria incapacidade.
Naquela noite quando lhe
disse: estou aquém de tanto o que deveria ser e sentir, agir e abstrair, você reaparece e me diz que agora me dará suas mãos, já me sinto outro, sempre serei outro com você!
Só quero
abster-me de tudo o que não é amor, tudo, expropriar de uma vez por todas todo amargo, fugaz e tóxico...
Você reaparece sempre em momentos de céus tortuosos, escuros e sem cor, deixa tudo como deve ser; abstrair e sentir...