Eu
deixo tudo entre os espaços, os mesmos que nos separam e por vezes nos unem. Espaços
nos atam em um instante. Não tenho apreço por essas relações às quais se
interligam sem conexões prévias, desprovidas de tato, sensação presente. Em um
corpo há alma, com fragrância e luz a iluminar as mãos sensíveis de entes que
lhe tocam. As luzes dos olhos de alguém lhe tocaram hoje? Manha abissal em
nossas mãos... Tinha um bosque azul, do mais esplendido azul, azul que ameniza
a retina dos olhos; em alto mar, mare mansa sem redemoinhos.
Desde
ontem tento preencher espaços, lacunas laterais, lanternas que beiram o canto
descolorido da casa, cães desprovidos de calor me causam medo, sinto a fome
neles. A madeira velha foi substituída naquele espaço onde o ar frio entrava
com violência. Da repentina que chuva que cai em mim, ficaram as marcas de anos
anteriores, anos que não votam jamais, o presente é um estágio constante da
saudade. Já pensou na possibilidade de perder a sensação de tempo?
Ele.