Será
que as coisas têm vida?
Ainda assim, no inacabado esboço solar, sem exatidão do tempo, sigo...
Só por hoje, deixei aquém de mim:
A
toxicidade do medo, das coisas vazias em vida, das coisas em si e não por mim
Deixei
coisas que não encantam manhãs nem sombras, coisas dispersas de mim, que não
são aparentes ao céu que me ‘cobre’
Deixei
toda a incerteza que agride, macula e indispõem
Deixei os vultosos desprazeres de um tempo incomputável, da amizade débil e
dependente
Deixei
encantamentos e rimas fáceis, vida sem cor, sem sonho
Deixei os ventos que não entoam notas na face
A vida se esparrama em nós, por todas as horas e coisas que tocamos
Terás algo de ti em tudo, tudo o que tocas, ouves ou sentes...