Tuesday, July 12, 2011

Pela manhã de ontem

As nuvens do lado de fora da janela estão distantes, muito distantes, são tão azuis como o mar em dias de gloria, o sol aponta no céu.
Esses dias sempre nos oferecem possibilidades até então impossíveis, nesses últimos dias, aqui nessa região, captar o céu em seu estado puro, totalmente azul, falo daquele azul dos sonhos, lindo, poucas nuvens suspensas ao longe, lembram almofadas de algodão.
Vem aquela vontade de sentar-se a beira do penhasco e dar vida a contemplação.
Eu sempre me repito, mas qual beleza única e pura não deverá ser relembrada e sentida?
Muitas e muitas vezes. Poucas são as pessoas que “cultuam” olhar o céu e contemplá-lo, suponho que devam ser muito poucas, talvez haja uma explicação mais concreta para isso; esse tempo voraz que a todos consome que há todos acorrenta.
Confesso, é preciso “fugir” desse estado de putrefação da sensibilidade, esse estado que todos têm, mas poucas percebem. Quebrar as regras da mesmice cotidiana não é nada fácil, aliás, poucos conseguem. Fazê-lo, se tornou um desafio nos dias atuais, fazer cada dia valer mais e mais, dedicar um sorriso ao desconhecido, um abraço a alguém o qual não se vê há tempos, ou mesmo que não se conhece quem nunca se viu, assim gratuitamente, amenidades essas as quais fazem extrema diferença no especo que nos separa, eu e você, no espaço que separa todos de todos. Sentar-se na calçada e observar o movimento cadenciado das formigas me parece algo interessante, haja vista o que nos cerca lá fora, não abro mão disso, jamais.
As borboletas e suas multicores, silhuetas ainda continuam sendo um dos grandes “vícios” aos meus olhos, assim como as pálpebras assistidas em corredores e vielas da minha alma. Continuo seguindo o caminho que às vezes me parece ser o mais íngreme, mas não há volta, ele é único e certeiro é o caminho das flores e espinhos é o caminho do amor e do ódio da paz e da guerra, da felicidade e da tristeza, um paradoxo continuo reina em mim.
Como o tempo muda, rápido assim, já não esta mais aquele céu azul, agora ele têm um tom cinzento, tomou conta de tudo atrás da mesma janela.
Mesmo assim ainda é passível da mesma contemplação, por horas e horas.


De todas as lembranças; cravou-se em mim a saudável/saudade de seus olhos, lábios e pálpebras.
Essa realidade pura e insana por vezes é insuportavelmente sem sabor.
Nada somos/seriamos sem os sonhos...
Espero por você entre linhas e o espaço superficial que nos separa, espero por você.

Eu.

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