Não há medida ou fórmula exata para o amor, o amor assim como o ato de amar e ser amado devem ser, além de tudo, convívio, respeito e altruísmo constante, uma teia que deverá ser solidamente construída a cada nova manhã, assim quando seus fios se penderem para o abismo inexorável, tudo poderá ser resgatado através de sua pureza a qual deve ser impar.
Sentado na escada de cor vermelha, deixando os minutos passarem, assim sem medir o tempo, tem nos pés um chinelo de cor vermelha, deve estar com a sola gasta, sempre acaba por escorregar pela calçada. O sol era imponente naquele dia, ardia a pele, não ficaria exposto por muito tempo. Poucos minutos lhe proporcionavam deixar de lado todo fardo das preocupações cotidianas, as vicissitudes. Sentia falta da máquina de escrever, não era avesso às chamadas novas tecnologias, porém, sentia muitas saudades dos velhos hábitos. Saudosismo às avessas; nasceram com ele.
As nuvens borravam o céu com rajadas de branco puro, elas tornavam-se formas aleatórias, das mais variadas, encontrava desenhos juvenis, a brisa era amena, passava tudo e nada ao mesmo tempo, o maior desejo era abster-se de todo e qualquer desconforto, das geométricas fragilidades, responsabilidades, sorrisos e/ou reclusão, apenas sentia, por alguns minutos, segundos, esses duravam muito mais que o tempo do relógio. O silêncio era oportuno, tão eloqüente quanto um discurso sem substância. Quando o sol baixar será o momento de parar, afinal o que é ser amoral?
Ele.
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