Assim como tudo e mais ainda sobre tons de pálpebras, nada sei, nada quero dizer em especial, não sei se faço poesia ou falácia, só sei, eu, que despejo tudo nessas palavras, sem restrições de tempo, hora e momento. Há em mim alguém o qual desconheço, esse deve ser um tanto poeta de gaveta, um tanto filósofo de esquina. Ah! e de calçadas também. Entrego-me ao meu avesso!
Saturday, September 14, 2013
Ser (s)
Era só mais uma tarde dessas onde se espera a possibilidade de esgueirar-se por entre a infelicidade de um cotidiano massivo e dilacerante ou a imprecisa espera por uma ociosidade contemplativa do nada. Para Gertrudes e Agatha, garotas de pálpebras acinzentadas, dedos finos e cabelos nos ombros, esse nada tinha de sentido obtuso e disforme, visto por olhos alheios, afinal como contemplar o nada? Para ambas só era possível contemplar o nada a partir de uma total inversão, pois o nada é ao mesmo tempo tudo. Gertrudes não existiria sem Agatha, assim como, Agatha só se via em si mesma como reflexo de Gertrudes. Frustradamente tentavam analisar o espaço que as separava, sendo esse espaço inexistente, pois se percebiam uma como a extensão da outra. Aquelas folhas secas de inverno colhidas por Agatha só representavam beleza se sua contemplação fosse percebida por Gertrudes, a partir dos dias daquela nova estação não existiria mais o nada, sendo Agatha e Gertrudes extensões de si mesmas, tudo lhes era tão caro, o vazio, o contemplativo, o belo, o obscuro.
Fundiam-se.
Eles.
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