Thursday, March 19, 2015

Paralis

Silêncio oportuno...
Tão eloquente quanto um discurso sem "substância".
Avesso a futilidades mil...

Eu.

A janela e a Persiana

Do alto daquela janela é possível perceber os transeuntes que passam na avenida movimentada, acometidos pelo tempo e hora, a pontualidade que a todos consome é nítida como as nuvens cinza que circundam o céu rebuscado. Daquela janela ainda restam resquícios de pingos da chuva, que passou logo pela manhã; com pó acumulado, do lado de fora, borrou o vidro. Deixou o clima frio e aconchegante, aqueceu seus pés com meia e sapato descolorido. Esse clima tardiamente invernal traz consigo sutilezas, apegos e liberdade assistida. A Insistente ideia de “nadar contra a maré” não foi abandonada, apenas repensada, trilhar novos caminhos não significa necessariamente abandonar os já trilhados, o suor têm seu preço e a recompensa é duradoura. Recuar alguns passos para futuramente andar vários adiante, pode ser uma lógica. Seus olhos estão direcionados para a subjetividade, a concretude pode ser pura utopia, ou não, o caminho a percorrer é a meta. A relação com seus pares em determinados momentos torna-se difusa, sempre foi, sempre será, talvez esse não seja o aspecto a ser ressaltado, mas sim sua absorção e relação com o meio. Alguns padrões nasceram prontos, outros devem ser relativizados. A janela angular tem extrema proximidade com aquela persiana que cobre seus olhos em dias e noites de apreciação, o ato de afrontá-la, para assim poder vislumbrar um mundo de possibilidades, com suas mesmices, fugas e audácia, proporciona a recusa em optar por meios ilícitos com os quais a maioria pensa e sonha em seguir, tudo não passa de uma opção barata.“A verdadeira” opção cerca-se de abstração do meio, improvável para muitos, opção para poucos. Esse limiar é cinza e azul, como os dias que se observa por detrás daquela persiana. A  janela é apenas o ponto de partida, à ação é o impulso dos olhos, o que captar? Por quê? Abstrair-se ou não? As respostas estão na retina dos olhos, na racionalização de si mesmo, tarefa árdua e complexa. Naquele dia, racionalizou e apenas decidiu mudar o ângulo de visão, abrir a persiana e  perceber se ainda escorriam pingos de chuva na janela...

Ele.

Esquinas

São em esquinas que te sondo
 Quando o vento traça caminho em faces reclusas 
São em esquinas que te vejo 
 Quando o sol encosta-se e às janelas se pendem 
É nessa hora que te clamo 
Quando se bordam nomes em frestas de porta 
São em esquinas que te filtro 
 Quando se calam lábios em ruas vazias 
 Em esquinas onde se desatam nós 
Abrocham-se mãos em pedestais de mármore 
Retraem-se pernas em vidros de cristal 
 São em esquinas que te sondo 
Quando debruço meu dorso franzino em seu peito inclinado 
Deite O peito Calmo Sereno Sob minhas pernas... 
É nessas esquinas de coração azulado que te tenho



Ele.

Tuesday, March 10, 2015

Slowdive



É como renascer ao som de anjos incandescentes, inebriantes, lampejos de sonhos a beira do mar. Não há poesia que marque a volta dessa banda que é algo singular no cenário do Indie Rock. 
Em dias onde se espalham pela rede inúmeras bandas que de "alternativas" não têm nada, a não ser
a mesmice e redundância como característica, a volta do Slowdive, é sem sombra de dúvidas algo a ser festejado. Sobre a alcunha de subgêneros como Shoegazer e/ou Dreampop, talvez a simbiose entre ambos. Rachel Goswell — vocals, guitar, Neil Halstead — vocals, guitar, e seus asseclas, Nick Chaplin — bass , Christian Savill — guitar e Simon Scott — drums, nos brindaram com uma serie de shows ao longo de 2014, festivais como Primavera Sound, Route du Rock, além de uma extensa Tour por E.U.A e Europa, receberam a banda. 
América do Sul? Ainda não, quem sabe um dia, já que a banda prepara material novo para incorporar a sua diminuta, porém bela discografia .
Just for a Day (1991) Souvlaki (1993) Pygmalion (1995).
Que assim seja, amém.
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