A quem diga que a vida se pauta apenas das grandezas
realizadas ou vistas, meu avô Alvino,
dizia o contrario, essas fazem parte, as minuciosidades é o que realmente
importa. Ele ainda dizia: Sabe-se tanto sobre o homem, porém, pouco ainda se
faz por ele, dizia não com essas palavras, é claro, mas lembro-me bem de
algumas de suas observações. Olhamos tão pouco aquém. Por que só conseguimos navegar nas
incertezas quando estamos imersos nelas?! São questionamentos que muitas vezes
não encontram respostas, talvez não existam. Tenho uma vontade latente em mim
de poder lhe passar o ‘ meu ao redor ’,
o que não consiste em apenas ver, mas sentir. Certo dia cheguei a conclusão que
tal exercício é impossível de se fazer por inteiro, mas mesmo assim posso lhe passar
um pouco do que cerca-me nesses últimos tempos, em sua maioria são todos
inventados, é uma espécie de invenção que funde-se com a realidade, suponho que
muito de nossas vidas são invenções em cima de percepções reais, ou achamos que
sejam. Tenho maior facilidade para as desimportâncias, essas que achamos ser
tão importantes, eu tenho chamado de desimportantes, pois diante de certas situações,
elas pode diluir-se. Alguns exemplos poderiam ser citados: a polidez me cativa,
como me cativa à borracha com cheiro de maçã, lembro-me de uma Professora do
ensino Fundamental, chamava-se Aurea. Eu ainda continuo enterrando os peixes
mortos do aquário. Estou pensando em deixar essa pratica talvez voltar em outro
momento, ainda resta um bom cardume, cores diversas, é frio, o aquecedor mostra-se
impreciso, o termômetro quebrou, vai sendo preenchendo com proteção em sua
altura, assim forma-se um espaço com maior aquecimento para os peixes. O último
deles foi envolto a um jornal, tinha alguns anos de existência, se foi, assim
como se vão pessoas, novas ou velhas. Todos. A resignação toma conta, observa-se em
detalhes a finitude de um todo. Não seria muita pretensão nossa no vermos mais
que um suspiro? Frágil. Nada mais.
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