Monday, November 30, 2020

Hora (s)

 Tenho guardado hora (s) em gavetas de fundo falso, cômodos vazios, e esperanças inacabadas, os amigos são de gelo e aquelas páginas ainda circunscritas. Só se tem paz em um céu que se pinta com as mãos vazias de ego e afetação. 

Friday, November 20, 2020

Com você abstraio o fútil

 Pensar sobre as inconstâncias que nos cercam, os próprios escombros ainda escondidos, obscurantismos renascidos, sobre a necessidade latente da desculpa e do perdão, além de erros apressados de revolta, talvez seja uma das tarefas mais difíceis dessa vida.

 O arrependimento em si só não basta, é preciso força e ação em potencializar o que há de mais puro em si, o amor à si próprio, mesmo sentindo na pele como poderá ser doloroso saber que se usará tudo o que sabe-se sobre ti como arma para o ressentimento, se assim for, terás a certeza que nunca foi amor...

 Se ainda cativas ódio, repulsa em ti, não tens tomado consciência que deves ser paz em sua plenitude...

Se assim ainda o faz, isso o tornará tão impuro quanto seu algoz.

Quando incorporo o que não quero em mim; minha culpa, só minha.  O início da mudança é o reconhecimento da própria incapacidade. 

 

Naquela noite quando lhe disse: estou aquém de tanto o que deveria ser e sentir, agir e abstrair, você reaparece e me diz que agora me dará suas mãos, já me sinto outro, sempre serei outro com você!

Só quero abster-me de tudo o que não é amor, tudo, expropriar de uma vez por todas todo amargo, fugaz e tóxico...

Você reaparece  sempre em momentos de céus tortuosos, escuros e sem cor, deixa tudo como deve ser; abstrair e sentir...

Thursday, August 20, 2020

Coisas em si

Será que as coisas têm vida?

Ainda assim, no inacabado esboço solar, sem exatidão do tempo, sigo...
Só por hoje, deixei aquém de mim:

A toxicidade do medo, das coisas vazias em vida, das coisas em si e não por mim

 

Deixei coisas que não encantam manhãs nem sombras, coisas dispersas de mim, que não são aparentes ao céu que me ‘cobre’

Deixei toda a incerteza que agride, macula e indispõem

Deixei os vultosos desprazeres de um tempo incomputável, da amizade débil e dependente

Deixei encantamentos e rimas fáceis, vida sem cor, sem sonho
Deixei os ventos que não entoam notas na face

A vida se esparrama em nós, por todas as horas e coisas que tocamos
Terás algo de ti em tudo, tudo o que tocas, ouves ou sentes...

 

 

 

Sunday, May 03, 2020

Iconoclastas


Rubrica do tempo


Do espaço à ausência, 

ainda entreaberta
Despojada de si, 
aquém

Rubrica vacilante, 
desdém ocidental

Virgular incerta,
 imprecisa

Taquicardia do tempo, 
sem espaços

Impressões reparadas, 
esparsas

Aproximação inerente,
 apreço

Cicatrizes no papel, 
branco insolúvel

A casa vazia, 
lugar impróprio

Restaura a lembrança,
dele
Em foto/poema haveria anseios...


Latência e curvatura


Serias tu,
Tal qual à água curvando-se ao rumo
Os impropérios citados à vaga noite
A crase indissolúvel
O desejo implícito

Serias tu,
Bocejo decrepito e imaterial
Vulto arqueado ou sobressaído
A potência encarcerada
Os desfrutes proibidos dos iconoclastas

Serias tu,
História ressentida, desterro
Anacronismo fugaz, desamparo
Um arlequim retumbante; cristão
Efervescência dos afetos ou à anomia dos seres

Serias tu,
Aquém de ti, vazio e oco
O final precoce


Thursday, April 09, 2020

Branco dos olhos



Pálido é o espelho que reflete sua hora
Das cortinas lilases que se sobressaem em transe
Ao avesso do espinho que sangra!
Despejam-se nas mãos esperanças remotas.

Cravou-se no varal das incertezas
Debruçou-se em línguas infalíveis
Denunciado foi no branco dos olhos.

Retina


Retina
(...) A retina te tocava em segundos, assim, aos poucos, continuamente...
As mãos eram brandas e brancas, eram como mármore em reflexo.
Os olhos, esses eram ávidos e profundos, como um lago imune à imensidão...

Monday, January 20, 2020

Decifrar-me, em dois olhares...

Abrigo


Apenas seus olhos me abrigam! Vida.

Estar-te...


Dos dias...



Dos dias à seguir deixaremos nossos sonhos e sobras, o encanto é  apenas estar ...
Powered By Blogger