Thursday, April 02, 2015

A Montanha mágica


Caminhar pelo vão da tarde lacunar sem motivos de partida ou chegada, apenas caminhar... Obstinação dolorosa em vislumbrar o fim da tarde. Adentra ao cilífero inebriante, a veracidade sonhadora a qual jamais pensou em deixar. Os caminhos são tortuosos e íngremes como os sonhos que lhe acompanhavam, olhos avistam a distância, a grama verde e macia como face nunca tocada.
Os pés já em ardência; o fim da tarde traz consigo a visão onírica de uma montanha mágica cercada por ciprestes e sombras a enfeitar a visão daquele caminhar.
O astro lunar clareia o pulsar, imaginar. Seu sonhar.
Segue apenas a desfrutar por dentre a montanha mágica que esconde em si os segredos de todas suas dores, o ardor da descoberta é latente como uma rosa cor de sangue a cotejar.
As mãos tremiam, como se tocadas por anjos incandescentes, todos a festejar a vinda de mais um ser quimérico em busca das revelações até então escondidas.

Ecos de canções em lamúria e felicidade se espalhavam, criando uma atmosfera dispersa; ater-se ao semblante majestoso da figura onipotente diante ao santuário da dor que trazia em si, a cura para âmagos feridos, estende-se pela relva fria, em seu corpo e alma, o milagre da solidão. Visão transcende diante da noite de desejos realizados, dores sepultadas e amores reavivados. Tudo durante o caminhar até a montanha mágica que sempre existira em si. Sobes até a montanha mágica de sua imaginação e sente o desejo realizado, pulsando em ti como um coração em desatino... 

Ele.

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