A caminhar pelo vão da tarde lacunar sem motivos de partida ou chegada apenas caminhar...
Obstinação dolorosa em vislumbrar o fim da tarde.
Adentra ao celiféro inebriante da veracidade sonhadora da qual jamais pensou em deixar.
Os caminhos são tortuosos e íngremes como os sonhos que lhe acompanhavam, olhos avistam a distância, a grama verde macia como face nunca tocada.
Os pés já em ardência; o fim da tarde traz consigo a visão onírica de uma montanha mágica cercada por ciprestes e sombras a enfeitar a visão daquele caminhar.
O astro lunar clareia o pulsar, imaginar.
Seu sonhar.
Segue apenas a desfrutar por dentre a montanha mágica que esconde em si os segredos de todas suas dores, o ardor da descoberta é latente como uma rosa cor de sangue a cotejar.
As mãos tremiam, como se tocadas por anjos incandescentes, todos a festejar a vinda de mais um ser quimérico em busca das revelações até então escondidas.
Ecos de canções em lamúria e felicidade se espalhavam, criando uma atmosfera dispersa; ater-se ao semblante majestoso da figura onipotente diante ao santuário da dor que trazia em si, a cura para âmagos feridos, estende-se pela relva fria, em seu corpo e alma, o milagre da solidão.
Visão transcende diante da noite de desejos realizados, dores sepultadas e amores reavivados.
Tudo durante o caminhar até a montanha mágica que sempre existira em si.
Sobe até a montanha mágica de sua imaginação e sente o desejo realizado, pulsando em ti como um coração em desatino...
Eu.
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